quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Acupuntura e moxabustão



                                       
Os conceitos que fundamentam a Medicina Tradicional Chinesa, como o YIN e yang, teoria que se baseia na visão característica do povo chinês antigo, onde o YIN representa no corpo humano a matéria, ou seja, tudo aquilo que é composto por estrutura e, em contrapartida, o YANG representa tudo aquilo que é energia, ou seja, toda atividade energética do corpo, dentre muitas outras características. Além disto, a teoria do YIN e YANG também dita a relação do ser humano com a própria natureza, relacionando a fisiologia com o clima e as estações do ano, com o dia e a noite, buscando, desta forma, compreender como nós homens influenciamos e somo influenciados pelo ambiente onde vivemos.
Esta forma de pensamento é fundamental para a relação de saúde e doença e passo inicial para o raciocínio clínico da Acupuntura e Moxabustão. Para que haja saúde, o equilíbrio entre o YIN e o YANG dentro e fora do corpo devem ser perfeitos, isto é, a nossa atividade energética ou metabolismo, não pode ser nem maior nem menor que a nossa estrutura. Desta forma temos uma atividade metabólica adequada para o tamanho do nosso corpo. Se esta atividade é maior que a estrutura corporal, o corpo adoece por que consome excessivamente a matéria que compõe o corpo; se a atividade é menor que a estrutura, não vai haver força ou energia suficiente para movimentar a estrutura, o que também gera adoecimento.
Em relação ao ambiente, podemos tomar, por exemplo, a relação do dia e da noite. Durante o dia, que é YANG, temos naturalmente mais atividade, por isso o organismo precisa de mais energia à disposição para movimentar o corpo e manter as suas funções, o metabolismo é mais rápido, tudo isto acontece de forma fisiológica. Já à noite, que é YIN, o organismo necessita de menos atividade, em função do sono, o metabolismo é menor e o corpo utiliza este momento para revitalizar a sua estrutura, a sua matéria.
Se esta relação fica perturbada, o ser humano começa a sentir alterações das suas funções vitais, como por exemplo, a insônia que, segundo esta teoria, seria causada pelo desequilíbrio entre YIN e o YANG ou o cansaço e a sonolência diurna, também tendo como causa o mesmo desequilíbrio. Se durante a noite, YIN, devemos naturalmente diminuir a atividade, o desequilíbrio faz com que fiquemos acordados, com mais atividade que o normal, ou mais YANG que o natural. Por outro lado, se durante o dia, YANG, temos que estar mais ativos, a sonolência é a manifestação que estamos mais YIN que o natural.
Apesar de parecer complexo ou incomum, tal teoria consegue demonstrar, de forma diferente, a visão de saúde e doença pensada pelos chineses há alguns milênios.
Com os avanços da medicina, a explicação para estes eventos ganhou uma nova roupagem, uma característica científica que, em alguns casos, resume a saúde e a doença a meros acertos de um intrincado bioquímico.
Por outro lado, a Medicina Chinesa vem nos lembrar de que mais do que meras interações bioquímicas, o corpo humano está envolto em um equilíbrio que se interliga infinitamente na forma como o próprio organismo funciona e na sua inter-relação com o ambiente onde vive, onde o clima, as estações do ano, o dia e a noite, a alimentação são fatores importantes para a manutenção da saúde, tudo isto interligado a este raciocínio do YIN e do YANG.
Um dos mecanismos para tratar estes desequilíbrios é o uso da Acupuntura e da Moxabustão. Através do uso das agulhas ou da queima da moxa, o acupunturista busca reestabelecer este equilíbrio perdido e restaurar a saúde. Com a escolha dos pontos de acupuntura corretos, é possível tratar uma gama enorme de patologias, simplesmente estimulando o próprio corpo a buscar o balanço adequado entre YIN e o YANG.
Por este motivo, celebramos a Acupuntura e Moxabustão como Patrimônio Intangível da Humanidade. Para que, junto com a técnica de tratamento, o pensamento e a filosofia que caracterizam estas duas práticas que visam reestabelecer a saúde, possam ser preservados de forma integral, mantendo a sua originalidade no que diz respeito à forma de pensar e tratar a saúde e a doença.

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